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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).
São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Foi mesmo um milagre de Nossa Senhora de Fátima, dizem pescadores

Autor: Luis Dufaur   |   21:12   Seja o primeiro a comentar

Os pescadores na igreja
do Senhor dos Navegantes
A Igreja do Senhor dos Navegantes foi pequena demais para acolher as cerca de duas mil pessoas que quiseram testemunhar o milagre dos caxineiros que estiveram mais de dois dias numa balsa de salvamento.

A cada palavra que D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, proferia, os olhos dos pescadores não continham as lágrimas.

José Manuel Coentrão, o mestre da embarcação ‘Virgem do Sameiro’, foi o que mais se emocionou durante a homilia. Sentado ao lado dos colegas, João Vareiro, Manuel Oliveira e Prudenciano Pereira, na primeira fila, e com as mulheres sentadas atrás, ouviu o arcebispo, de olhos postos no chão.

“Guardem sempre este acontecimento na vossa memória. Só vós sabeis o que simboliza este milagre nas vossas vidas. Sentiram em vós a salvação e a presença de Deus em hora de aflição extrema”, referiu D. Jorge Ortiga.
Muitos foram os que, acotovelados na igreja, choraram. No fim, o arcebispo dedicou aos pescadores um trecho do Evangelho de S. João.

 “QUERO VOLTAR AO MAR JÁ NO PRÓXIMO ANO”

O mestre José Manuel Coentrão, de 46 anos, ainda não consegue dormir. Mas já tomou uma decisão: não vai abandonar a vida de pescador. “Sou um homem do mar. Estou a pensar que o meu regresso possa ser já para o ano. Sei que o que passei foi terrível, mas a vida tem de seguir em frente”, disse com os olhos brilhantes de esperança.

Mas para já o mestre só quer esperar que ‘Nando Cherne’ abandone o hospital (ver caixa) para ir a Fátima. “Hoje fui à balsa buscar o terço que quero oferecer à Nossa Senhora de Fátima e que nos ajudou a sobreviver, mandando o avião para nos salvar”, recordou, emocionado. E diz que sempre que fecha os olhos vê o mar e recorda atormentado os momentos de aflição que viveu na balsa de salvamento.

Desde que voltou às Caxinas, em Vila do Conde, tem passado a noite em claro a pensar em tudo o que viveu. “Penso muito no mar. Estive arrepiado durante toda a missa. Sou muito crente e acredito que isto foi mesmo um milagre”, acrescentou, sem conter as lágrimas.


(Fonte: excertos do Correio da Manhã, 5 dezembro 2011).

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