Frase

"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).
São Paulo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O que explica a reação conservadora no mundo? - Parte II (Vídeos)

Autor: Edson   |   10:39   Seja o primeiro a comentar

Assista aos vídeos da última conferência promovida pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira sobre as reações conservadoras no mundo.

1- Abertura de Dr. Adolpho e palestra de Dr. Nelson Fragelli

2- Dr. Mario Navarro

3- Dr. Nelson Barretto

4- Dr. S.A.I.R Dom Bertrand de Orlenas e Bragança


São Paulo, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Envie sua súplica ao Papa desconhecido

Autor: Edson   |   13:58   Seja o primeiro a comentar


De todas as partes nos perguntam: quem será o novo Papa?

Eu não sei dar essa resposta. E acho que você também não consegue dá-la nesse momento.

Mas tem algo que todos nós, católicos do mundo inteiro, podemos fazer: rezar e enviar uma mensagem ao Papa ainda desconhecido.

Por que enviar uma mensagem para aquele que ainda nem sabemos o nome?

Porque esta mensagem será dirigida ao Vigário de Cristo, seja ele quem for.

Ela manifestará o que você, fiel católico, espera do futuro pontífice.

Ela será sua participação efetiva na luta da Igreja em defesa dos "valores não negociáveis".

Ela será a sua Prece ao Divino Espírito Santo para que se eleja aquele que for o mais apto para dirigir a Barca de Pedro.


Veja que católicos do mundo inteiro estão participando.

Os números aparecem no site. Acompanhe dia a dia.

Reserve um pouco do seu tempo e faça isso em espírito de oração.

Peça ao Divino Espírito Santo que assista aos Cardeais no Conclave que elegerá o futuro Sucessor de São Pedro.

Atenciosamente,
Mario Navarro da Costa
Diretor de Campanha do
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

www.ipco.org.br


PS - Esta iniciativa do Instituto conta com o apoio de diversas associações, do Brasil e do exterior, que estão divulgando essa Mensagem em nove idiomas. Veja agora mesmo como assinar.

São Paulo, terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Inquisição espanhola x bicicletas infantis: quem matou mais?

Autor: Edson   |   10:16   2 comentários


"À luz de sua reputação atormentadora, certamente surpreenderá aqueles que acreditam que milhões de pessoas morreram na Inquisição Espanhola aprender que durante os séculos 16 e 17 menos de três pessoas por ano foram sentenciadas à morte pela Inquisição em todo o Império Espanhol, que ia da Espanha à Sicília e Peru [1].

"[...] O que significa que através dos seus infames 345 anos [considerando três breves suspensões], a terrível Inquisição Espanhola foi, numa base anual, cerca de catorze vezes menos letal que bicicletas infantis [2]".

_____________

Theodore Beale, The Irrational Atheist, pág. 219 (Kindle):
[1] Henry Kamen, The Spanish Inquisition: A Historical Revision. New Haven: Yale University Press, 1997, pág. 203;
[2] Facts About Injuries To Children Riding Bicycles. Safe Kids Worldwide.

Fonte: Blog Cruz Inabalábel

São Paulo, domingo, 24 de fevereiro de 2013

O Espírito Santo e o Conclave

Autor: Helio Dias Viana   |   15:52   1 comentário

O Conclave se realiza na Capela Sistina. Situada no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa na Cidade do Vaticano, ela tem seu nome em homenagem ao Papa Sisto IV, que restaurou a antiga Capela Magna, entre 1477 e 1480.
Em face da inusitada abdicação de Bento XVI, estamos na iminência de um conclave para eleger o novo Papa.

É corrente e inteiramente conforme com a verdade admitir a ação do Divino Espírito Santo nessa ocasião.

Mas cumpre esclarecer que, contrariamente ao que muitos pensam, o Espírito Santo não age sozinho.

A escolha será feita por homens — no caso, por cardeais, livres para corresponder ou não às inspirações do Paráclito —, de tal forma que, ao sair o novo Papa, não se pode pura e simplesmente dizer que foi o Espírito Santo que o escolheu.

Quantas vezes o Espírito Santo se tem deixado “derrotar” por injunções políticas dos homens, para castigo destes!

Aliás, o vaticanista norte-americano John Allen reproduz as seguintes palavras de Bento XVI, quando perguntado sobre o papel do Espírito Santo na eleição dos Papas:

“Eu não diria, no sentido de que o Espírito Santo escolhe o Papa. [...] Eu diria que o Espírito Santo não assume propriamente controle da questão, mas que, como bom educador que é, nos deixa muito espaço, muita liberdade, sem nos abandonar inteiramente. Portanto, o papel do Espírito Santo deveria ser entendido num sentido muito mais elástico, não de que Ele dite o candidato no qual devemos votar...”.

* * *

Foi pensando em tudo isso que me veio à mente a enorme expectativa criada pelo lulo-petismo em torno do anterior conclave que elegeu Papa o então Cardeal Ratzinger, em 2005.

O PT esperava ver alçado à direção suprema da Igreja um cardeal brasileiro que simpatizasse com sua causa, pois, diziam seus líderes, para a vitória definitiva do socialismo no Brasil e na América Latina, só precisavam de um Papa que os apoiasse. E Dom Cláudio Hummes, Arcebispo de São Paulo, estava então no centro da preferência dos petistas.

Essa expectativa, como se vê, não se realizou. E, apesar de aparelhado nestes últimos dez anos, o governo petista continua desnorteado, pois não conta com o apoio da opinião pública majoritariamente católica. E seu malogro nas últimas eleições municipais só não foi maior, porque obteve nos meios eclesiásticos de São Paulo, alguém que foi decisivo para a vitória do marxista Fernando Haddad.

Mas pode-se perguntar: se a expectativa petista para o conclave de 2005 tivesse se verificado, a escolha teria sido inspirada pelo Espírito Santo?

São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2013

O que explica a reação conservadora no mundo?

Autor: Edson   |   14:28   2 comentários

Da esq. para a dir: Dr. Nelson Ribeiro Fragelli, Dr. Caio Vidigal Xavier da Silveira, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Dr. Adolpho Lindenberg, Dr. Mario Navarro da Costa e Dr. Nelson Ramos Barretto.

No dia 21 de fevereiro de 2013 realizou-se mais um importante evento promovido peloInstituto Plinio Corrêa de Oliveira no Club Homes, situado na Avenida Paulista, famosa artéria da pauliceia.

Aproximadamente 150 pessoas compareceram para ouvir três conferencistas versarem sobre as reações conservadoras que estão sendo suscitadas no Brasil e no mundo, polarizando a opinião pública e colocando sérios obstáculos à marcha do processo revolucionário.

Mas qual é a origem dessa reação tão diversa em vários países, promovida muitas vezes por jovens cuja formação foi a do século, mas que estão abrindo os olhos e resolvendo enfrentar a avalanche revolucionária?

A resposta a esta pergunta foi o que o público presente ao evento quis ouvir com atenção.


O primeiro indício da resposta foi fornecido pelo presidente doInstituto, Dr. Adolpho Lindenberg [foto], que abriu a evento fazendo a apresentação dos conferencistas e enfatizando que as reações conservadoras têm sua fonte primeira em uma graça suscitada pela Providência Divina.

* * *

O Dr. Nelson Ribeiro Fragelli [foto], diretor do instituto italianoVoglio Vivere, começou sua palestra de maneira inusitada. Como um impressionista, foi pintando na imaginação dos ouvintes um quadro discorrendo sobre a história de Nossa Senhora de Lourdes e a vitória que, em pleno século XIX dominado intelectualmente pelas correntes positivistas, iluministas e pelo ateísmo crescente, Maria Santíssima obteve através de uma menina e de um povo simples que ainda tinha Fé, vencendo todos os obstáculos que o establishment da época tentou colocar contra as aparições na gruta de Massabielle.


As proibições da prefeitura da região de Lourdes (França), que apoiada pelo governo de Napoleão III impediam o povo de visitar o local das aparições a Santa Bernadette, colocando uma cerca em volta da gruta com guardas para a vigiarem, pareciam suficientes para combater a “superstição".

Mas qual não foi a surpresa do administrador da região ao ser procurado pelo chefe da guarnição, que com a roupa toda rasgada fora avisá-lo do inesperado: os fiéis da região haviam expulsado os guardas — alguns dos quais aderiram ao povo — e removido a cerca.

Foram as fibras suscitadas por Nossa Senhora na alma daquele povo simples que lhe deram coragem para enfrentar a onda anticatólica e ir contra a corrente do momento.

E assim como os fiéis reagiram para defender o local das aparições de Nossa Senhora de Lourdes — alvo, naquela época, de todas as correntes anticatólicas —, em nossos dias a Virgem Mãe de Deus também faz florescer tais fibras no fundo das almas, para que estas possam defender o que hoje é a “gruta Massabielle” que os revolucionários procuram combater: a instituição da família.

O Dr. Fragelli mencionou que na França a família é o único tema que nas pesquisas de opinião recebe o apoio de pessoas de todas as vertentes (esquerda, centro e direita). O que explica a extraordinária marcha contra a aprovação do “casamento” homossexual, ocorrida recentemente em Paris, que contou com quase 1 milhão de participantes.

Segundo os franceses, é preciso lutar para que a família não pereça. E eles parecem dispostos a fazê-lo, do mesmo modo como o povinho que outrora lutou para proteger a gruta de Lourdes.

No tocante à Itália, o Dr. Fragelli falou inicialmente da influência de Plinio Corrêa de Oliveira nos movimentos conservadores daquele país. Mostrou, a título de exemplo, o recente livro intitulado Spaghetticons, de Luigi Copertino, no qual este descreve as origens do neoconservadorismo na Itália e a importância dos escritos de Plinio Corrêa de Oliveira sobre o mesmo.



O conferencista ressaltou também as reações conservadoras na Hungria, cujo governo saído das últimas eleições fez uma nova Constituição de teor conservador e católico. Apesar de Victor Orban, o atual presidente, ser de origem calvinista, em conferência pronunciada no ano passado na Espanha, ele afirmou que a Hungria é “Terra de Maria”.

O Dr. Nelson Fragelli observou com muita propriedade que certamente essas atitudes inesperadas do povo húngaro provêm das graças obtidas pelo martírio do heroico cardeal József Mindszenty, que sofreu indizivelmente nas masmorras comunistas por não aceitar a coexistência com o governo marxista.

Os mentores da União Europeia laica e anticatólica não estarão hoje surpresos por esses acontecimentos como outrora o prefeito da região de Lourdes diante da reação de simples almas em defesa de uma gruta? Com essa pergunta o Dr. Nelson Fragelli deu o último toque de pincel em seu quadro sobre a situação da Europa, e afirmou: “Maria Vincit!”.

* * *


O próximo conferencista, Dr. Mario Navarro da Costa [foto], diretor de campanhas do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, tratou sobre os movimentos conservadores nos Estados Unidos. Descreveu em linhas gerais a importância dos EUA para o processo revolucionário no passado, e as esperanças que seus fundadores nutriam de criar um novo país tendo por base os ideais da Revolução Francesa.

Mostrou também toda a influência que Hollywood teve — e ainda tem — na Revolução Cultural visando a mudança da mentalidade dos povos. Apontou para o avanço revolucionário relativo ao “casamento” homossexual — já aprovado em vários Estados —, à imposição da aceitação de homossexuais nas Forças Armadas e nos grupos escoteiros, aos 40 anos da aprovação legal do aborto em qualquer momento da gestação e à investida socialista na econômica. Perguntou em seguida ao auditório se dentro dessa loucura era possível existir alguma reação sadia.

O Dr. Mario Navarro explicou que há nos EUA uma enigmática coexistência de fatores bons e maus, mas que existe uma ascensão, já iniciada há décadas, do conservadorismo militante. Nos momentos em que a Revolução dá seus últimos golpes no que restou da civilização cristã, no ocaso dessa civilização surge a aurora de uma graça nova, uma graça semelhante à que o Filho Pródigo do Evangelho recebeu, de voltar à casa paterna.

Segundo o palestrante, nos EUA as pessoas despertaram para o fato de que na luta contra a destruição dos valores importam não apenas as eleições, mas também atuações no campo da cultura. Ele exemplificou com o fato de que mesmo durante os governos de Reagan e dos dois Bush (pai e filho) a revolução cultural não parou de avançar.

Destacou ainda a importância que a TFP americana sempre atribuiu à necessidade de alertar a opinião pública sobre os problemas culturais, e das iniciativas que a entidade empreendeu nesse sentido — a mais recente das quais foi a publicação do livro Return to Order.

* * *


A última palestra coube ao jornalista Nelson Ramos Barreto [foto]. Ele afirmou que longe de ser otimismo falar de florescimento dos movimentos conservadores no Brasil, que este é um fenômeno observado até por elementos da esquerda, como o escritor francês Gilles Kepel, que em seu livro intitulado A Revanche de Deus comenta e lamenta a crescente onda do espírito religioso no mundo.

Outro ponto importante foi sua explicação de como é a vertente conservadora no Brasil. Sempre que há consultas de opinião pública, fica patente que o público brasileiro é conservador, especialmente em pontos referentes à família.

Mas como explicar que essa mesma massa conservadora eleja políticos de esquerda que projetam leis contrárias aos anseios desse eleitorado?

A resposta é que, embora exista, o conservadorismo brasileiro não é ideológico. E, portanto, as vitórias eleitorais obtidas pela esquerda não representam uma vitória do socialismo. Decorrem de manobras eleitorais (que evitam tratar de assuntos como aborto, homossexualismo, maioridade penal, etc.) visando a perpetuar-se no poder, tentar aprovar subrepticiamente projetos de lei antifamília no Congresso, etc.

O que o movimento conservador no Brasil precisa fazer é alertar a opinião pública — conservadora, mas adormecida — e fazê-la reagir. Isso explica as dificuldades que o governo do PT enfrenta há 10 anos para tentar aprovar o aborto e a “lei da homofobia”.

O Dr. Nelson Barreto enfatizou um importante exemplo dessa reação no Brasil. Quando das últimas eleições presidenciais, a esquerda esperava uma vitória da candidata Dilma no primeiro turno. Mas quando diversos segmentos conservadores da sociedade e um corajoso bispo levantaram o tema do aborto, as eleições foram empurradas para o segundo turno.

Tornou-se tão incerta a vitória de Dilma, que esta se viu obrigada não somente a fazer discursos ambíguos sobre sua posição a respeito desse tema, mas a visitar o Santuário de Aparecida — onde, aliás, fez o Sinal da Cruz de modo errado.

O palestrante falou também da crise na Igreja e do surgimento de seminaristas e padres jovens mais conservadores e com anseios da doutrina tradicional da Igreja. Isso apesar de toda a influência e controle ainda exercido por elementos progressistas dentro desses mesmos seminários. Como explicar isso se não uma interferência da Providência Divina nas almas?

* * *


O Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança [foto, à esq.], finalizou brilhantemente o evento reafirmando que essa reação — que se desenvolve debaixo do domínio da esquerda — é realmente uma ação de Nossa Senhora, e incentivou a todos os presentes com as seguintes palavras: "'Não tenhais medo', recomendou Nosso Senhor Jesus Cristo a seus discípulos. 'Não tenhais medo' de ir contra a corrente da laicidade, das pseudoverdades que a propaganda e o sistema querem nos impor!

"Saibamos, como dizia São Luiz IX, ‘enfrentar as coisas do ponto mais alto do nosso batismo’. Saibamos proclamar a nossa Fé, os nossos princípios, certos de que, como afirmou o Professor Plinio Corrêa de Oliveira no seu livro Revolução e Contra Revolução: 'Quando os homens resolvem cooperar com a graça de Deus. são as maravilhas da História que assim se operam: é a conversão do Império Romano, é a formação da Idade Média, é a reconquista da Espanha a partir de Covadonga, são todos esses acontecimentos que se dão como fruto das grandes ressurreições de alma de que os povos são também susceptíveis. Ressurreições invencíveis, porque nada há que possa vencer um povo virtuoso e que verdadeiramente ame a Deus'".

FLAGRANTES DO EVENTO NO CLUB HOMS [click na imagem para ampliá-la]















Cocktail após o fórum








São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Vídeo: Caravana Cruzada pela Família percorreu o sul do Brasil

Autor: Edson   |   10:30   Seja o primeiro a comentar

A Cruzada pela Família, promovida pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, percorreu cidades do sul do Brasil, no último mês de janeiro, fazendo uma campanha ordeira e pacífica contra as leis de aborto e contra a agenda do movimento homossexual, como o kit homossexual nas escolas, a lei de homofobia, etc.

São Paulo, segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Vídeo: Brasil que produz pede socorro

Autor: Edson   |   21:20   1 comentário

Há cinco anos índios paraguaios, trazidos pela FUNAI, invadem fazendas no Oeste do Paraná e agora exigem demarcação.



Produtores rurais do Oeste do Paraná sofrem com a invasão de índios estrangeiros e protestam contra a demarcação de terras indígenas prevista pela FUNAI em uma região produtiva de 100 mil hectares que vai da cidade de Guaíra até Foz do Iguaçu. Confira no vídeo a reportagem.

São Paulo, sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Considerações sobre o ato de renúncia de Bento XVI

Autor: Edson   |   14:29   3 comentários

Roberto de Mattei (*)

Raio atinge a cúpula da Basílica de São Pedro poucas horas depois da abdicação de Bento XVI. Foto: Alessandro di Meo, AFP

Em 11 de fevereiro, dia da Festa de Nossa Senhora de Lourdes, o Santo Padre Bento XVI comunicou ao Consistório de cardeais e a todo o mundo sua decisão de renunciar ao Pontificado.

O anúncio foi acolhido pelos cardeais, “quase inteiramente incrédulos”, “com a sensação de perda”, “como um raio em céu sereno”, segundo as palavras dirigidas em seguida ao Papa pelo cardeal decano Angelo Sodano.

Se tão grande foi a perda dos cardeais, pode-se imaginar quão forte tem sido nesses dias a desorientação dos fieis, sobretudo daqueles que sempre viram em Bento XVI um ponto de referência e agora se sentem de algum modo "órfãos", senão mesmo abandonados, em face das graves dificuldades que enfrenta a Igreja no momento presente.

No entanto, a possibilidade da renúncia de um Papa ao sólio pontifício não é de todo inesperada. O presidente da Conferência Episcopal da Alemanha, Karl Lehmann, e o primaz da Bélgica, Godfried Danneels, haviam apresentado a ideia da “renúncia” de João Paulo II, quando a sua saúde havia se deteriorado.

O cardeal Ratzinger, no seu livro-entrevista Luz do Mundo, de 2010, disse ao jornalista alemão Peter Seewald que se um Papa se dá conta de que não é mais capaz, “fisicamente, psicologicamente e espiritualmente, de cumprir os deveres de seu ofício, então ele tem o direito e, em certas circunstâncias, também a obrigação, de renunciar”.

Ainda em 2010, cinquenta teólogos espanhóis haviam manifestado sua adesão à Carta Aberta do teólogo suíço Hans Küng aos bispos de todo o mundo, com estas palavras: “Acreditamos que o pontificado de Bento XVI pode ter-se exaurido. O Papa não tem a idade nem a mentalidade para responder adequadamente aos graves e urgentes problemas com os quais a Igreja Católica se defronta. Pensamos, portanto, com o devido respeito por sua pessoa, que deve apresentar sua demissão do cargo.”

E quando, entre 2011 e 2012, alguns jornalistas como Giuliano Ferrara e Antonio Socci escreveram sobre a possível renúncia do Papa, esta hipótese havia suscitado entre os leitores mais desaprovação que consenso.

Não existe dúvida sobre o direito de um Papa de renunciar. O novo Código de Direito Canônico prevê a possibilidade de renúncia do Papa no cânon 332, parágrafo segundo, com estas palavras: “Se acontecer que o Romano Pontífice renuncie a seu múnus, para a validade se requer que a renúncia seja livremente feita e devidamente manifestada, mas não que seja aceita por alguém.”

Nos artigos 1 º e 3 º da Constituição Apostólica Universi Dominicis Gregis, de 1996, sobre a vacância da Santa Sé, é prevista ademais a possibilidade de que a vacância da Sé Apostólica seja determinada não só pela morte do Papa, mas também por sua renúncia válida.

Na História não são muitos os episódios documentados de abdicação. O caso mais conhecido continua sendo o de São Celestino V, o monge Pietro da Morrone, que foi eleito na Perugia em 5 de julho de 1294 e coroado em L'Aquila em 29 de agosto seguinte.

Após um reinado de apenas cinco meses, ele julgou oportuno renunciar, por não se sentir à altura do cargo que assumira. Em seguida, preparou a sua abdicação, consultando primeiramente os cardeais e promulgando uma Constituição com a qual confirmava a validade das regras já estabelecidas pelo Papa Gregório X para a realização do próximo Conclave.

Em 13 de dezembro, em Nápoles, pronunciou sua abdicação diante do Colégio dos Cardeais, despojou-se da insígnia papal e das roupas, e tomou o hábito de eremita. Em 24 de dezembro de 1294, por sua vez, foi eleito Papa Benedetto Caetani com o nome de Bonifácio VIII.

Outro caso de renúncia papal – o último registrado até hoje – ocorreu no decurso do Concílio de Constança (1414-1418). Gregório XII (1406-1415), Papa legítimo, a fim de recompor o Grande Cisma do Ocidente (1378-1417), enviou a Constança o seu plenipotenciário Carlo Malatesta, para dar a conhecer sua intenção de retirar-se do ofício papal; as demissões foram oficialmente acolhidas pela assembleia sinodal em 4 de julho de 1415, que ao mesmo tempo depôs o antipapa Bento XIII.

Gregório XII foi reintegrado ao Sacro Colégio com o título de cardeal-bispo do Porto e com o primeiro posto após o Papa. Abandonando o nome e o hábito pontifício e retomando o nome de cardeal Angelo Correr, ele se retirou como legado papal nas Marche [província italiana] e morreu em Recanati em 18 de outubro 1417.

Portanto, o caso de renúncia em si não escandaliza: está contemplado no Direito Canônico e verificou-se historicamente ao longo dos séculos. Note-se, no entanto, que o Papa pode renunciar, e por vezes tem historicamente renunciado ao Pontificado, enquanto este é considerado um “cargo jurisdicional da Igreja”, não indelevelmente ligado à pessoa que o ocupa.

A hierarquia apostólica exerce de fato dois poderes misteriosamente unidos na mesma pessoa: o poder da ordem e o poder de jurisdição (ver, por exemplo, São Tomás de Aquino, Summa Theologica, II-IIae, q 39, a 3, resp., III, q 6-2).

Ambos poderes são direcionados a realizar os objetivos peculiares da Igreja, mas cada qual com características próprias, que o distinguem profundamente do outro: o potestas ordinis é o poder de distribuir os meios da graça divina e refere-se à administração dos sacramentos e ao exercício do culto oficial; o potestas iurisdictionis é o poder de governar a instituição eclesiástica e os simples fiéis.

O poder da ordem distingue-se do poder de jurisdição não só pela diversidade de natureza e de objeto, mas também pelo modo como o poder de ordem é conferido, uma vez que tem como propriedade ser dado com a consagração, isto é, por meio de um sacramento e com a impressão de um caráter sagrado. A posse da potestas ordinis é absolutamente indelével, porquanto seus graus não são ofícios temporários, mas imprimem caráter a quem é concedido.

De acordo com o Código de Direito Canônico, uma vez que um batizado se torna diácono, sacerdote ou bispo, é para sempre e nenhuma autoridade humana pode excluir essa condição ontológica. Pelo contrário, o poder de jurisdição não é indelével, mas temporário e revogável; suas atribuições, exercidas por pessoas físicas, cessam com o término do mandato.

Outra característica importante do poder da ordem é a não territorialidade, pois os graus da hierarquia da ordem são absolutamente independentes de qualquer circunscrição territorial, pelo menos no que respeita à validade do exercício.

As atribuições do poder de jurisdição, ao contrário, são sempre limitadas no espaço e têm no território um de seus elementos constitutivos, exceto o do Sumo Pontífice, que não está sujeito a qualquer limitação de espaço.

Na Igreja, o poder de jurisdição pertence, jure divino, ao Papa e aos Bispos. A plenitude deste poder, no entanto, reside apenas no Papa que, como fundamento, sustenta todo o edifício eclesiástico. Nele se encontra todo o poder pastoral, e na Igreja não se pode conceber outro independente.

A teologia progressista, pelo contrário, sustenta, em nome do Vaticano II, uma reforma da Igreja num sentido sacramental e carismático que opõe o poder da ordem ao poder de jurisdição, a igreja da caridade à do direito, a estrutura episcopal à monárquica.

O Papa, reduzido a primus inter pares no interior do colégio dos bispos, exerceria apenas uma função ético-profética, um primado de “honra” ou de “amor”, mas não de governo e jurisdição.

Nesta perspectiva, Hans Küng e outros invocaram a hipótese de um Pontificado “temporário”, e não vitalício, como uma forma de governo exigida pela celeridade das mudanças do mundo moderno e da novidade contínua de seus problemas. “Não podemos ter um Pontífice de 80 anos que já não está totalmente presente do ponto de vista físico e mental”, disse à emissora Südwestundfunk Küng, que vê na limitação do mandato do Papa um passo necessário para a reforma radical da Igreja.

O Papa seria reduzido a presidente de um Conselho de administração, a uma figura meramente de arbitragem, ao lado de uma estrutura eclesiástica "aberta", qual sínodo permanente, com poder de decisão.

No entanto, caso se considere que a essência do Papado está no poder sacramental da ordem e não no poder supremo de jurisdição, o Pontífice jamais poderia renunciar; se o fizesse perderia com a renúncia apenas o exercício do poder supremo, mas não o poder em si, que é indelével como a ordenação sacramental da qual deflui.

Quem admite a hipótese da renúncia deve admitir com isso que a summa potestasdo Papa deriva da jurisdição que exerce, e não do sacramento que recebe. A teologia progressista está, portanto, em contradição consigo mesma quando procura fundamentar o Papado sobre sua natureza sacramental e depois reivindica a renúncia de um papa, a qual por sua vez só pode ser admitida se seu múnus se basear sobre o poder de jurisdição.

Pela mesma razão não pode haver, após a renúncia de Bento XVI, “dois papas”, um no cargo e outro “aposentado”, como tem sido impropriamente dito. Bento XVI voltará a ser Sua Eminência o Cardeal Ratzinger e não poderá exercer prerrogativas, como a da infalibilidade, que são intimamente ligadas ao poder de jurisdição pontifício.

O Papa, portanto, pode renunciar. Mas é oportuno que o faça? Um autor, por certo não "tradicionalista", Enzo Bianchi, escreveu em “La Stampa” de 1º de julho de 2002:

"Segundo a grande tradição da Igreja do Oriente e do Ocidente, nenhum papa, nenhum patriarca, nenhum bispo deveria renunciar apenas por ter atingido o limite de idade. É verdade que há cerca de trinta anos na Igreja Católica existe uma disposição que convida os bispos a oferecer as próprias renúncias ao Papa ao atingirem 75 anos, e é verdade que todos os bispos recebem com obediência esse convite e apresentam a renúncia, como também é verdade que normalmente elas são aceitas e as renúncias acolhidas. Mas esta é uma regra e uma prática recente, fixada por Paulo VI e confirmada por João Paulo II: nada exclui que no futuro possa ser revista, depois de pesados as vantagens e os problemas que ela tem produzido nas últimas décadas de aplicação.”

A norma pela qual os bispos renunciam a diocese a partir dos 75 anos é uma fase recente na história da Igreja que parece contradizer as palavras de São Paulo, para quem o Pastor é nomeado ad convivendum et commoriendum (2 Cor 7, 3), para viver e morrer junto a seu rebanho. A vocação de um Pastor, como a de todos os batizados, vincula de fato não somente até uma certa idade e a uma boa saúde, mas até a morte.

Sob este aspecto, a renúncia de Bento XVI ao Pontificado aparece como um ato legítimo do ponto de vista teológico e canônico, mas, no plano histórico, em absoluta descontinuidade com a tradição e a prática da Igreja.

Do ponto de vista do que poderiam ser as suas consequências, trata-se de um ato não simplesmente “inovador”, mas radicalmente “revolucionário”, como o definiu Eugenio Scalfari em “La Repubblica” de 12 de fevereiro.

A imagem da instituição pontifícia, aos olhos da opinião pública de todo o mundo, fica de fato despojada de sua sacralidade para ser entregue aos critérios de julgamento da modernidade.

Não por acaso, no “Corriere della Sera” do mesmo dia, Massimo Franco fala do "sintoma extremo, final, irrevogável, da crise de um sistema de governo e de uma forma de papado”.

Não se pode fazer uma comparação, nem com Celestino V, que renunciou após ter sido arrancado à força de sua cela eremítica, nem com Gregório XII, quem por sua vez foi forçado a renunciar para resolver a gravíssima questão do Grande Cisma do Ocidente.

Tratava-se de casos excepcionais. Mas qual é a exceção no gesto de Bento XVI? A razão, oficial, esculpida nas suas palavras pronunciadas em 11 de fevereiro, mais do que a exceção exprime a normalidade:

No mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande importância para a vida da fé, para governar o barco de Pedro e anunciar o Evangelho, é também necessário o vigor, seja do corpo, seja da alma, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de modo tal, que devo reconhecer a minha incapacidade.”

Não nos defrontamos com uma deficiência grave, como foi o caso de João Paulo II no final de seu pontificado.

As faculdades intelectuais de Bento XVI estão plenamente íntegras, como ele o demonstrou numa de suas últimas e mais significativas meditações para o Seminário Romano, e sua saúde é “geralmente boa”, como afirmou o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, segundo o qual, entretanto, o Papa alertou nos últimos tempos para “o desequilíbrio entre as tarefas, entre os problemas a serem resolvidos e as forças das quais sente não dispor”.

No entanto, desde o momento da eleição, cada pontífice experimenta um compreensível sentimento de inadequação, percebendo a desproporção entre suas capacidades pessoais e o peso da tarefa para a qual ele é chamado. Quem pode afirmar-se capaz de suportar com suas próprias forças o munus de Vigário de Cristo?

Mas o Espírito Santo assiste o Papa não somente no momento da eleição, senão também até a sua morte, em cada momento, mesmo nos mais difíceis, de seu pontificado. Hoje, o Espírito Santo é frequentemente invocado de forma inadequada, como quando se pretende que Ele inspira cada ato e cada palavra de um Papa ou de um Concílio.

Nestes dias, no entanto, Ele é o grande ausente dos comentários da mídia, que avaliam o gesto de Bento XVI de acordo com um critério puramente humano, como se a Igreja fosse uma multinacional guiada em termos de pura eficiência, prescindindo de qualquer influxo sobrenatural.

Mas a questão é: em dois mil anos de história, quanto foram os Papas que reinaram com boa saúde, que não experimentaram o declínio da força nem sofreram com doenças e provas morais de todo gênero? O bem-estar físico nunca foi um critério de governo da Igreja. Sê-lo-á a partir de Bento XVI?

Um católico não pode deixar de se colocar estas perguntas, e se não o fizer elas serão colocadas pelos fatos, como no próximo conclave, quando a escolha do sucessor de Bento será inevitavelmente orientada para um cardeal jovem na plenitude de suas forças, para que possa ser considerado adequado para a grave missão que o espera.

A menos que o cerne do problema não esteja naquelas “questões de grande relevância para a vida da fé” às quais se referiu o Pontífice, e que poderiam aludir à situação de ingovernabilidade em que parece encontrar-se hoje a Igreja.

Seria pouco prudente, sob este aspecto, considerar já “fechado” o pontificado de Bento XVI, dedicando-se a balanços prematuros antes de aguardar o prazo fatal anunciado por ele: a noite de 28 de fevereiro de 2013, uma data que ficará gravada na história da Igreja.

Antes, mas também depois dessa data, Bento XVI ainda poderá ser protagonista de cenários novos e inesperados. De fato, o Papa anunciou sua demissão, mas não seu silêncio; e sua escolha restitui-lhe uma liberdade da qual talvez se sentisse privado.

O que dirá e fará Bento XVI, ou o cardeal Ratzinger, nos próximos dias, semanas e meses? E, sobretudo, quem guiará, e de que maneira, a barca de Pedro nas novas tempestades que inevitavelmente o esperam?

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Fonte: Corrispondenza Romana

(*) Prof. Roberto de Mattei (Roma, 1948). Professor de História Moderna e História do Cristianismo na Universidade Européia de Roma, onde é coordenador de mestrado de Ciências Históricas. É presidente da Fundação Cultural Lepanto e membro do Conselho de Administração do Instituto Histórico Italiano para a Idade Moderna e Contemporânea e do Conselho de Administração da Sociedade Italiana Geográfica. Foi durante vários anos vice-presidente do Conselho Nacional de Pesquisas da Itália e é autor de vários livros com repercussão internacional, entre os quais destaca-se O Concílio Vaticano II - Uma história nunca escrita (Petrus Editora, São Paulo).

Extraído do site IPCO

São Paulo, quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

40ª MARCHA CONTRA O ABORTO — em Washington mais de 500 mil participantes!

Autor: Paulo Roberto Campos   |   10:52   3 comentários



Nem o intenso frio, nem o vento gelado, nem a neve foram flagelos suficientes para impedir que mais de 500 mil norte-americanos participassem, no dia 25 de janeiro, da colossal March for Life em Washington. O entusiasmo dos participantes não se arrefeceu com as baixas temperaturas e eles esperam reverter em pouco tempo a lei assassina, conhecida como “Roe vs. Wade”, que em 1973 — por uma perversa decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos — legalizou o aborto no País.

O leitmotiv do evento neste ano foi “40 Anos = 55 milhões de bebês executados com a prática do aborto”. Entre os vários locutores, causou comoção um menino que afirmou com toda convicção: “Somos a geração que vai abolir a lei do aborto. Este é o nosso dever. E com a ajuda de Deus tudo é possível”. Essa criança quis dar um claro recado ao presidente Obama, que insiste no programa herodiano de promover a matança de inocentes por meio do aborto.
 

Segundo a “ACIprensa” (26-1-13) o número dos manifestantes, na sua maioria jovens, foi de 650 mil pessoas — bem acima do cálculo oficial de 500 mil. Em qualquer caso, bateu novamente o recorde, superando a impressionante cifra do ano passado, calculada em 350 mil pessoas. Entretanto — como já é habitual — a mídia brasileira abortista fez de conta que não aconteceu nada de grandioso no dia 25 último nas avenidas da capital americana. Não viu nada... Não ouviu nada... Portanto, não falou nada...

A seguir, um vídeo da manifestação e algumas fotos feitas pelo colega Antonio Fragelli, da revista “Cruzade”, que participou da Marcha. “Cruzade” é uma publicação da TFP norte-americana, entidade que continua nos Estados Unidos a obra e a gesta de Plinio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP brasileira. Todos os anos essa valorosa entidade atua na March for Life de Washington. Neste ano, além de participar com sua fanfarra, ela conduziu em um andor a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que milagrosamente verteu lágrimas em Nova Orleans (EUA) no dia 18 de julho de 1972.



A respeito, para os que desejarem mais informações, há um outro vídeo (em inglês) disponível no site da “ACIprensa
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Galeria [fotos: Antonio Fragelli] * click na imagem para ampliá-la]