Frase

"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).
São Paulo, terça-feira, 25 de dezembro de 2012

“Se queres a paz natalina, prepara-te para a guerra”

Autor: Paulo Roberto Campos   |   18:04   1 comentário


Com meus votos de um Feliz e Abençoado Natal e um Novo Ano repleto das mais escolhidas graças da Sagrada Família — Jesus, Maria e José — para todas as famílias que acompanharam nosso Blog ao longo deste tempestuoso ano de 2012, transcrevo abaixo um muito evocativo Conto de Natal sobre uma "prosa" entre a mula e o boi num estábulo muito privilegiado... É de autoria de um colega, Valdis Grinsteins, e foi publicado na revista Catolicismo deste mês.

2012 foi, verdadeiramente, um ano conturbado por muita investida contra a sagrada instituição familiar, mas também de muita luta em sua defesa. Uma árdua luta para que a Paz de Cristo, a verdadeira Paz, possa um dia reinar permanentemente em todos os lares. Mas, se queremos a Paz — como afirma o provérbio latino “Si vis pacem, para bellum” — preparemo-nos para a guerra. A batalha contra aqueles que movem infernos e terra para destruir os valores familiares em nossa Pátria.

O vídeo no final apresenta uma orquestração do Stille Narcht (Noite Feliz), a mais bela e popular canção de Natal de todos os tempos, cantada em todas as línguas e por todos os povos. Ela foi escrita pelo Pe. Joseph Mohr e musicada por Franz Gruber em 1818, ambos austríacos. Uma canção natalina tão paradisíaca e angelical que ficou conhecida também como uma "Canção do Céu"!

Natal de 2012 
Paulo Roberto Campos 
prccampos@terra.com.br



Diálogo entre a mula e o boi


Valdis Grinsteins

Há cerca de dois mil anos, estavam num estábulo uma mula e um boi. Como sempre acontece quando bons amigos estão juntos, comentavam notícias boas e más. Um tema habitual era o tempo, particularmente frio naquele inverno, com as abundantes nevadas — pouco frequentes, mas não anormais — perto de Jerusalém.

Outro tema habitual entre eles era a quantidade de pessoas que afluíam à pequena cidade de Belém. Nunca tinham visto antes tanta gente junta. A explicação era porque de Roma um edito de César Augusto mandara realizar um recenseamento censo, em que as pessoas deveriam apresentar-se em seus lugares de origem. Assim, numerosos judeus haviam se dirigido a este esquecido povoado para ali se inscrever. E embora alguns viessem a pé, outros se transportavam em cavalos ou camelos.

É compreensível que os habitantes do lugar assistissem interessadíssimos a este ir e vir de pessoas. O que é comum num povoado tranquilo, onde nunca ocorre nada. Além do mais, os recém-chegados eram em geral pessoas que viviam ou em Jerusalém ou em outros lugares mais interessantes do que a pequena Belém. E, como era habitual, depois de conversarem com os parentes, as crianças e os jovens se dirigiam aos estábulos para admirar os cavalos, touros, camelos, enfim, todos os animais considerados mais atraentes.

Mas esse entrar e sair de crianças e jovens ocorria no estábulo ao lado, e não naquele onde se encontravam a mula e o boi. Ninguém vinha vê-los, salvo excepcionalmente alguém para dar-lhes de comer e levá-los ao trabalho. E ambos suportavam tudo isso sem ressentimentos nem complexos. Simplesmente lhes parecia que o mundo era assim. “Claro — dizia o boi —, o que é que as crianças querem ver? Elas gostam da força, que tantas pessoas elogiam. Mas a força aliada à brutalidade. Por isso preferem ver os touros, que com sua agressividade chamam a atenção daqueles que imaginam que tudo se resolve pela força. Entretanto, não as atrai o trabalho, contínuo, regular e monótono de arar os campos, que eu realizo. E como, além do mais, os bois são engordados para serem sacrificados, isso é ainda menos atraente. Ninguém quer saber de sacrifícios, de vida dura, de trabalho incessante”.

“É assim mesmo” — completava a mula. “Os cavalos, indômitos, que correm, que dão coices, que dominam pela velocidade e chamam a atenção por sua beleza, estão no centro das atenções. O mundo os admira. Mas o trabalho que eu realizo, como o de tirar água dos poços ou levar cargas, quem o admira? Quando me elogiam é porque tenho algumas qualidades que possuem os cavalos, como o vigor, a força ou o valor. Ou a sobriedade, a paciência, a resistência e o passo seguro dos burros. Mas a ideia que associam a mim é a de uma vida dura, mansa e dedicada aos demais. Exatamente aquilo do que as pessoas não querem nem ouvir falar”.

Quando a noite terminava e eles já se dispunham a dormir, o boi e a mula viram entrar no estábulo um senhor e uma jovem em avançado estado de gravidez. Com muita distinção ela se sentou num canto do estábulo, enquanto ele se dedicava a arrumar com máximo desvelo um pouco de palha para que ela descansasse melhor. Os animais ficaram com pena vendo-os em lugar tão pobre, mas o augusto casal não se queixava nem murmurava. Certamente ele havia pedido para pousar na casa de algum dos parentes que tinham no povoado, mas por serem pobres, apesar do parentesco e de sua alta dignidade, não lhes fora concedida hospedagem. É verdade que as casas desses parentes possivelmente estivessem cheias, mas caso se tratasse de parentes ricos, sem dúvida lhes teriam fornecido hospedagem. E não tendo aonde ir, tinham vindo a este estábulo, o menos visitado. E, por isso mesmo, o único que oferecia certa privacidade. A mula e o boi fizeram apenas o que podiam, ou seja, afastarem-se para dar-lhes um pouco mais de espaço. E foram dormir.

À meia-noite, despertou-os um som inusual. Era o choro de uma criança. A jovem Senhora havia dado à luz um filho. O recém-nascido chorava de frio. “Pobrezinho” — exclamaram a mula e o boi. “Ele está numa situação bem pior do que a nossa. Afinal de contas, Deus nos deu uma pele grossa e pelos para nos proteger do frio, e estamos bem alimentados, mas este pobre menino nasce em um lugar inóspito para tanta debilidade. Façamos a única coisa que podemos para ajudá-lo”. E, aproximando-se, passaram a respirar fortemente, para que a sua respiração e o calor de seus corpos dessem ao recém-chegado um pouquinho de aquecimento.

Aos poucos o Menino deixou de chorar, e sentindo o frio afastar-se, moveu as mãozinhas, colocando-as carinhosamente sobre a cabeça do boi e da mula, para lhes agradecer por sua por boa vontade. A mula e o boi se retiraram, para deixar o Menino dormir. E o Senhor que cuidava da jovem Senhora e do Menino deu aos animais um pouco de erva para que comessem, e de água para que bebessem.

Os dois animais imaginaram que poderiam ir dormir, mas em pouco tempo começou a chegar todo tipo de pessoas. Primeiro eram uns pastores, que já de longe vinham cantando. Admirados eles rodearam o Menino, e O ficaram contemplando longamente. Depois vieram outros pastores, depois outros e mais outros. Apareceram também pessoas simples, mas de fé robusta, que foram saudar o Menino.

Mais tarde chegou uma rica e importante caravana de reis e súditos montados em camelos belamente ajaezados. Vinham oferecer ouro, incenso e mirra ao Menino. E enquanto executavam a cerimônia de entrega dos presentes, admirados a mula e o boi contemplavam o espetáculo, escutando as músicas que cantavam em honra do recém-nascido. Mas chegaram também a seus ouvidos as reclamações de outros animais. Acostumados a ser o centro das atenções, sentiam-se contrariados por terem sido preteridos. E diziam que o boi e a mula eram um par de arrivistas que estavam ali por pura sorte, que se tivessem um pouco de conhecimento do mundo deveriam sair e deixar-lhes o lugar, pois obviamente eles estavam mais capacitados para ocupá-lo. Em suma, pura inveja. A mula e o boi não se preocuparam com esses comentários, e continuaram a cumprir seu discreto e eficaz papel de, na ausência de visitas, acercarem-se do Menino para ajudar a aquecê-lo.

Por fim, certo dia, o Senhor, a Senhora e o encantador Menino preparavam-se para sair. Mas antes, voltando-se para a mula e o boi, disse-lhes a bela Senhora: “Como vocês foram bons e generosos para com o meu filho, faço-lhes uma promessa. Até o fim do mundo, sempre que se representar uma cena de seu nascimento, vocês estarão presentes. Porque Ele veio para dar exemplo de luta contra o mal, mas também exemplo de bondade. Veio para ajudar os homens de boa vontade a vencerem os homens de má vontade, que não querem a glória de Deus”.

Esta promessa vem se cumprindo até os presentes dias, e assim continuará enquanto o mundo existir. Muitas vezes, adornamos com ovelhas, pastores, camelos e reis os presépios que montamos. Contudo, por mais pobres que eles sejam, sempre há uma mula e um boi. Porque ambos estavam ali quando nasceu o Redentor, Aquele Divino Infante louvado pelos anjos na Noite Feliz com o cântico narrado por São Lucas: “Glória a Deus no mais alto dos Céus, e paz na Terra aos homens de boa vontade!”.

E-mail para o autor: catolicismo@terra.com.br



São Paulo, terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A verdadeira opção face ao ambientalismo: trabalhador/próspero/conservador ou hippie/vagabundo/esquerdista?

Autor: Luis Dufaur   |   18:26   Seja o primeiro a comentar

Ideal do crente nos mitos ambientalista:
viver sem fazer nada, dependendo das Bolsas do governo
Repete-se que só as pessoas ignorantes em matéria de ciência ou as iletradas são capazes de engrossar o largo, e até majoritário, número de cidadãos que não acreditam no “aquecimento global”, nas “mudanças climáticas antropogênicas” e outros “dogmas” ambientalistas.

Mas especialistas da Universidade de Yale que estudaram o público que recusa as crenças ambientalistas chegaram a uma conclusão oposta.

O site Reason.com publicou um interessante resumo do sisudo trabalho.

O estudo é um fruto do Yale Cultural Cognition Project, que analisou as opiniões de 1.500 cidadãos americanos sobre questões ambientalistas do ponto de vista do nível de sua cultura e de sus conhecimentos científicos.

Ou trabalhar, progredir com
liberdade e propriedade?
O trabalho foi conduzido pelo Dr. Dan Kahan, professor de Direito em Yale.

Se fosse correta a “tese da irracionalidade pública”, explicou o Prof. Kahan, “então o ceticismo sobre mudanças climáticas deveria ser atribuído a pobres conhecimentos sobre a ciência por parte do público”.

Nesse caso, a solução seria mais educação científica para corrigir a ignorância.

O estudo utilizou como metodologia a “teoria do engajamento cultural”, formulada pelo cientista político Aaron Wildavsky, da Universidade de Berkeley – Califórnia.

De acordo com essa teoria, as pessoas percebem como risco aquilo que ameaça seus valores, sejam individuais ou partilhados com outros.

De acordo com a teoria, os homens se dividiriam em dois polos: o dos Hierárquicos/Individualistas e o dos Igualitários/Comunitaristas.

Os primeiros em geral desejam a hierarquia nas relações humanas e a ordem social, querem papeis definidos na vida e autoridades constituídas, e acham que cada um deve ganhar a vida fazendo uso de sua livre iniciativa.

Na linguagem corrente, seriam definidos como conservadores de direita.

Os segundos são igualitários que desejam aplainar as diferenças de gênero, riqueza e raciais, e acham que o Estado está obrigado a lhes fornecer tudo o que precisam.

No linguajar leigo, estes seriam como os esquerdistas, que querem viver com bolsas do Estado sem trabalhar.

Os pesquisadores então constataram que os ‘hierárquicos/individualistas’ habitualmente são “céticos” diante das alegações ambientalistas contra riscos ambientais ou tecnológicos.

E que tais pessoas intuitivamente percebem que a aceitação generalizada das alegações ambientalistas provocará restrições ao comércio e à indústria que contradizem as condutas que eles prezam.

Em sentido oposto, segundo o trabalho, os ‘igualitários/comunitaristas’ “moralmente tendem a suspeitar do comércio e da indústria que eles veem como a fonte das desigualdades injustas de riqueza e poder. Portanto julgam que essas atividades na vida são perigosas, devendo ser coibidas”.

Reciclar, viver de Bolsas do Estado, sem trabalhar:
ideal subjacente ao ambientalismo extremado
Postas estas concepções de fundo, é claro os ‘igualitários/comunitaristas’ vão se dizer mais preocupados com as “mudanças climáticas antropogénicas” do que os ‘hierárquicos/individualistas’.

Após avaliar numericamente os resultados, o estudo conclui que não se aplica a “tese da irracionalidade pública” segundo a qual a diferença entre pró e contra os dogmas ambientalistas depende da cultura e da ignorância.

Bem ao contrário, a cultura científica aumenta a oposição entre os ‘hierárquicos/individualistas’ e os ‘igualitários/comunitaristas’.

Pois quanto mais instruídos mais os ‘hierárquicos/individualistas’ tendem a ser contra os dogmas verdes, e o mesmo acontece no outro grupo.

O resultado é que a cultura científica aumenta a polarização entre os dois grupos.

Os pesquisadores de Yale chegaram a análogas conclusões pesquisando as posições dos dois grupos a respeito da energia nuclear.

Trabalho, ordem social, hierarquia e progresso
predispõem contra dogmas ambientalistas
Em outras palavras, as disputas suscitadas pelo ambientalismo não dependem da ciência nem da cultura científica. Mas de uma atitude prévia diante da vida.

Os que querem trabalhar, progredir, organizar e melhorar, não acreditam a priori nos boatos ambientalistas.

Em sentido contrário, aqueles que desejam uma vida fácil, anárquica, preguiçosa, dependente do Estado socialista e têm birra da ordem civilizada, naturalmente propendem a acreditar como verdadeiros os dogmas da religião ambientalista.

Mas se esse estudo explica a polarização esquerda-direita no público a respeito do ambientalismo, o que pensar dos cientistas?

Em 2009, o conceituado Pew Research Center realizou uma pesquisa comparando a ideologia dos cientistas com o pensamento do público em geral.

E verificou que só 9% dos cientistas se identificam como “conservadores”; 35% se dizem “moderados” e 52% esquerdistas, incluindo 14% que se declaram “muito esquerdistas”.

Filhos de hippies sendo preparados
para futuros ambientalistas radicais
Essas proporções não têm nada que ver com as que o mesmo Pew Research Center constatou no público americano em geral.

Neste, 37% se definiram como “conservadores”, 38% como “moderados”, 20% como “esquerdistas” e 5% como “muito esquerdistas”.

A mesma enquête, fazendo perguntas diversas, constatou que 81% dos cientistas confiam no esquerdista Partido Democrata, enquanto o público geral votaria por ele numa proporção de 52% .

Aliás, a votação recebida pelo presidente Obama na última eleição presidencial.

Procura da melhora, trabalho ordeiro
 predispõem contra mitos "verdes" e vermelhos
Nesta pronunciada decalagem entre o modo de pensar do ambiente científico e o conjunto da nação americana pesa decisivamente um fato, denunciado constantemente pelos cientistas mal apelidados de “céticos”.

Segundo eles, os organismos científicos do governo foram infiltrados e são manipulados por um clique de esquerdistas que têm fortes apoios na política e por vezes escassos ou enviesados conhecimentos científicos.

Resultado: instalados em pontos chaves do governo ou entidades profissionais, sabotam os cientistas honestos e promovem correligionários da “religião” verde.

São Paulo, sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Publicação no site World War Two

Autor: Edson   |   16:11   Seja o primeiro a comentar

Agradecemos aos editores do site World War Two pela publicação e tradução para o inglês de nosso artigo  Batalha de Iwo Jima e o heroísmo católico, detalhes desconhecidos sobre a famosa foto sob o título, na página principal, Did you know that after the raising of the American flag on Iwo Jima a Mass took place?

São Paulo, segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

FRANÇA: Parada pela Família e pela Infância, contra o “casamento” homossexual

Autor: Paulo Roberto Campos   |   14:15   1 comentário

Papai + Mamãe. Nada melhor para uma criança!

A mídia nacional se fez de cega quanto às gigantescas manifestações ocorridas na França nos dias 17 e 18 de novembro. Nossa mídia “não viu”, “nem ficou sabendo”, das multidões reunidas em Paris e em diversas importantes cidades para se manifestarem contra o pseudo casamento homossexual.

A motivação foi pretensão do neo-presidente francês, François Hollande, de apressar a legalização de tal arremedo de “casamento”, bem como a inconcebível permissão para que tais “casais” adotem crianças.

A “cegueira” midiática, evidentemente, é bem articulada pelas conhecidas “patrulhas ideológicas” que determinam o que convém ou não publicar, o que os brasileiros podem ou não ficar sabendo.

Segundo algumas agências internacionais, mais de 200 mil pessoas saíram às ruas em defesa da família, do matrimônio autêntico e da criança. Elas bradaram slogans e portaram cartazes, como estes: “A França precisa de filhos, não de homossexuais”; “Não há nada melhor para uma criança que um pai e uma mãe”; “As crianças nascem com direito a um pai e a uma mãe”; "Um papai e uma mamãe para todas as crianças". [foto abaixo]


Segundo o diário “Le Monde”, “O governo subestimou a rejeição da opinião pública ao seu Projeto de Lei”, e o jornal francês informa que estão anunciadas outras grandes manifestações para o dia 13 de janeiro próximo.

Mulheres do movimento feminista, semi-nuas e com véu de freira nas cabeças, e ativistas do lobby homossexual tentaram violentamente impedir as manifestações em defesa dos valores da família. A respeito, transcrevo para nossos leitores um excelente artigo de Luis Sérgio Solimeo.

Na faixa: "Liberté, Egalité, Homossexualité"


“Liberdade, Igualdade, Homossexualidade”?


Luiz Sérgio Solimeo 

A Revolução Francesa (1789) teve como base ideológica a filosofia do Iluminismo, sintetizada na famosa trilogia: “Liberdade, Igualdade, Fraternidade". Impondo a total igualdade na sociedade, essa filosofia julgava que daí adviria a completa liberdade e uma idílica fraternidade entre os homens.

A “fraternidade” da guilhotina


Como se sabe, os efeitos imediatos dessa igualdade foram a execução do rei Luis XVI [quadro ao lado], de sua irmã a princesa Elisabete e da Rainha Maria Antonieta; milhares de nobres foram guilhotinados; o clero foi perseguido e massacrado ou teve que entrar na clandestinidade. Os camponeses da Vandéia que se levantaram em defesa do altar e do trono sofreram um verdadeiro genocídio e sua região foi devastada pelas “colunas infernais” do general Turreau.[1]

O terror instaurado pelos revolucionários franceses em nome da igualdade não foi o único; desde então igual terror tem sido responsável por genocídios nazistas ou comunistas, estes últimos na Rússia, China e no Camboja. Para os revolucionários do Khmer Rouge, bastava ser intelectual, ou usar óculos, o que tornava suspeito de intelectual, para ser morto.[2]

A igualdade absoluta destrói a liberdade

A razão pela qual a igualdade absoluta destrói a liberdade e impede a fraternidade é que se trata de uma utopia, um mito ideológico, que contraria a natureza humana.

Embora os homens sejam iguais por natureza, eles são desiguais em talento, em força de vontade, inteligência, etc. E a liberdade e a fraternidade só são possíveis quando existe respeito mútuo, o qual, por sua vez, requer o reconhecimento dessas diferenças naturais. O único jeito de impor a igualdade utópica é por meio de uma feroz ditadura.

Após a Revolução Francesa surgiu o mundo igualitário e secularizado de nossos dias e, levando os princípios de 1789 até o fim, chegou-se ao comunismo. Se toda desigualdade é má, porque aceitar as desigualdades econômicas?[3]

É significativa a comparação feita por Lenine entre a Revolução Francesa e a Revolução Comunista: “A Revolução Francesa é chamada grande porque ela […] foi uma efetiva revolução que, depois de derrubar a monarquia, esmagou completamente os monarquistas. E nós faremos o mesmo com esses senhores capitalistas […] sua ‘liberdade’ deve ser abolida ou diminuída. Isso ajudará a emancipar o trabalho do jugo do capital".[4]

Da Revolução Francesa à Revolução Cultural

Mas, levando a igualdade da trilogia da Revolução Francesa até as últimas consequências ela vai mais além do igualitarismo sócio-político e econômico tendendo a destruir a própria desigualdade dos sexos, no que serve de base para a ideologia homossexual.[5]

Essa ligação entre os princípios da Revolução Francesa e a ideologia homossexual manifestou-se recentemente. Nos dias 17 e 18 de novembro últimos, foram realizadas marchas na França contra o “casamento” homossexual. Tais marchas [à esquerda, foto de uma das marchas] reuniram mais de 200 mil pessoas em todo país. Um cartaz de uma contra-manifestação homossexual a essas marchas proclamava: “Liberdade, igualdade, homossexualidade".[6]

Tal adaptação do lema da Revolução Francesa não parece ser uma coisa esporádica, mas pode ser encontrada em sites homossexuais da França, Canadá e mesmo Polônia, como em artigos que tratam sobre homossexualismo.[7]

Inclusive, numa foto de um participante de uma parada homossexual em Paris, vê-se a mesma adaptação tatuada [foto] no braço de um manifestante.[8]

Socialismo, Homossexualismo e violência

Não é de se admirar que os governos socialistas apoiem a agenda homossexual, como está ocorrendo agora na França onde o executivo está procurando impor o “casamento” homossexual.

Ao mesmo tempo, um dos movimentos mais extremista do socialismo internacional, o anarco-feminista FEMEN, manifestou-se em apoio ao “casamento” homossexual na França.

Mulheres militantes do “FEMEN”, provocativamente de topless e com um véu de freira na cabeça [foto abaixo, devidamente censurada] e dizeres obscenos ou blasfemos escritos no corpo, investiu contra famílias e crianças que marchavam pacificamente em defesa do casamento tradicional, atacando-as com um gás fumígeno.[9]


Embora as fotos e os vídeos mostrem claramente as anarquistas atacando os manifestantes, os quais procuraram contê-las e afastá-las da manifestação, grande parte da mídia inverteu o acontecido e apresentou as mulheres semi-nuas como vítimas dos católicos que participavam da marcha. O governo socialista logo tomou posição condenando a organizadora de uma das marchas, o Instituto Civitas, ameaçando fechá-lo.[10]

Um movimento anarquista sexual

O movimento revolucionário FEMEN teve sua origem na Ucrânia mas encontra-se agora espalhado por inúmeros países. Em seu site ele se define como segue:

“FEMEN – é um novo tipo de Amazonas, capazes de solapar os fundamentos do mundo patriarcal por meio de sua intelecto, sexo, agilidade, fazer desordem, conduzir à neurose e ao pânico o mundo dos homens.

“FEMEN – é uma ideologia do SEXTREMISMO. FEMEN – é uma nova ideologia do protesto sexual das mulheres por meio de campanhas de extremo topless e ação direta.

FEMEN – é o sextremismo servindo para proteger os direitos das mulheres, guardiãs da democracia atacando o patriarcalismo em todas suas formas: ditaduras, a Igreja, a indústria sexual.”[11]

O fim do processo revolucionário 

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em seu ensaio "Revolução e Contra-Revolução", analisou o processo histórico que vem destruindo a Civilização Cristã através da Revolta Protestante, a Revolução Francesa e o Comunismo.

A isso ele dá o nome de “As três Revoluções,” as quais desembocaram numa “Quarta Revolução” representada pelas Guerras Culturais de hoje e cuja ponta de lança é sem dúvida o movimento homossexual negador da lei natural.[12]

Nessa fase final do processo revolucionário, a luta se ampliou do campo sócio-político e econômico para o da destruição da lei natural. O socialismo, em aliança com o movimento homossexual, quer impor um estado de coisas completamente oposto ao ditames da moral natural, da lei natural e do Cristianismo e da verdadeira liberdade dos filhos de Deus (Romanos, 8:21).

Uma confrontação de certezas

A luta é sobretudo uma luta de ideias, um confronto de certezas. Confronto entre o ódio revolucionário contra a hierarquia social, a moral, e a Deus, de um lado e a fé altaneira e destemida, que proclama as verdades da fé, da moral e da lei natural e está disposta a dar a vida em sua defesa, do outro.

Numa luta desse porte, precisamos, mais do que tudo, da ajuda da graça de Deus, a intercessão da Santíssima Virgem. Com a sua ajuda, a luta conduzirá à vitória final, mesmo que passemos por túneis de incertezas e de aparentes derrotas.

Sempre confiantes na mensagem trazida por Nossa Senhora em Fátima, de que, por fim, seu Imaculado Coração triunfará.


__________________ 

Notas:
[1] Cf. Francois Furet-Mona Ozouf, A Critical Dictionary of the French Revolution, Cambridge, Mass: Belknap Press of Harvard University Press, 1989.
[2] Cf. The Khmer Rouge and Cambodia, http://www.coldwar.org/articles/70s/KhmerRougeandCambodia.asp.
[3] Para uma visão geral deste tópico ver Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, http://www.pliniocorreadeoliveira.info/livros.asp.
[4] V. I. Lenin, First All-Russia Congress on Adult Education, May 6-19, 1919, http://www.marxists.org/archive/lenin/works/1919/may/06.htm.
[5] Cf. TFP Committee on American Issues, Defending A Higher Law – Wy we Must Ressit same-sex marriage and the Homossexual Movement, Capitulo 3, Spring Grove, Penn, 2004.
[6] Over 100,000 French protesters rally against gay marriage, adoption (PHOTOS) xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Published: 18 November, 2012, 02:05, http://rt.com/news/france-gay-marriage-protest-955/.
[7] Cf. Liberté Égalité Homosexualité! http://www.etudiant-ontario.ca/Actualites/2010-11-23/article-1987908/Liberte-Egalite-Homosexualite!/1; Liberté, Égalité, Homosexualité, http://fillecherchefilledu86.skyrock.com/2364202551-liberte-egalite-homosexualite.html; Liberté! Égalité! Homosexualité!, http://polandian.wordpress.com/2008/06/12/liberte-egalite-homosexualite/, Yannis Palaiologos, Liberté, Égalité, Homosexualité, November 12, 2012, http://prospect.org/article/libert%C3%A9-%C3%A9galit%C3%A9-homosexualit%C3%A9.
[8] Cf. http://www.flickr.com/photos/fil/714793659/.
[9] Cf. Cavan Sieczkowski,Topless ‘Nuns’ From Activist Group Femen Allegedly Attacked By Anti-Gay Catholic Protesters In Paris (NSFW VIDEO) The Huffington Post, 11/19/2012 11:21 am EST Updated: 11/19/2012 11:31 am EST, http://www.huffingtonpost.com/2012/11/19/topless-nuns-anti-gay-catholic-protesters-paris-femen_n_2158033.html; Topless Femen members clash with anti-gay marriage protestors, 18/11 22:57 CET, http://www.euronews.com/2012/11/18/topless-femen-members-clash-with-anti-gay-marriage-protestors/; Civitas porte plainte contre les Femen et dénonce la disinformation, http://www.itinerarium.fr/civitas-porte-plainte-contre-les-femen-et-denonce-la-desinformation/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+Itinerarium+%28Itinerarium%29.
[10] http://galliawatch.blogspot.com/2012/11/civitas-november-18.html.
[11] http://femen.org/en/about.
[12] Cf. nota 3.

São Paulo, terça-feira, 4 de dezembro de 2012

PT quer instalar ditadura online

Autor: Edson   |   15:19   2 comentários


REDAÇÃO CENTRAL, 29 Nov. 12 / 03:24 pm (ACI).- Em breve será votado na Câmara dos Deputados em Brasília o Projeto de Lei 2126-2011, conhecido também como “Marco Civil da Internet” ou simplesmente “Marco Civil”, que segundo entidades católicas e meios de imprensa viria a criar dispositivos através dos quais o governo brasileiro controlaria o uso da internet criminalizando condutas na rede contrárias àquilo que as autoridades definam como ofensivo aos direitos humanos e à diversidade.

Fontes anônimas da Agência ACI Digital informaram que o projeto, mesmo sendo contrário à opinião do povo e de diversas entidades, é aparentemente inofensivo, mas na verdade “é uma tentativa de amordaçar todos aqueles que falem contra os supostos direitos humanos como o aborto, a eutanásia ou o “casamento” homossexual. Sendo aprovado, sites e indivíduos católicos que se manifestarem contra estes pseudo-direitos e a “diversidade sexual” na internet estarão sujeitos ao controle do governo. Este projeto é uma ameaça para a liberdade de expressão e conveniente apenas para aqueles que querem estabelecer uma verdadeira ditadura”.

A estratégia de reinterpretação dos direitos humanos é conhecida e denunciada também em outros países por grupos como a plataforma cidadã HazteOír da Espanha, que em seu documento “Assalto e destruição à vida” denuncia que “fazia-se necessário forçar a reinterpretação dos direitos humanos fundamentais, de modo que estes incluíssem o direito ao aborto e os direitos dos homossexuais”.

“Estes últimos direitos nunca foram planejados ou incluídos pelos Estados signatários dos documentos da ONU quando estes foram ratificados”, afirma também o texto HO.

No Brasil, como uma denúncia chamada “Internauta rastreado pelo governo”os criadores do site www.marcocivilnao.com afirmam que “usando como pretexto a defesa dos diretos humanos, o governo tenta aprovar uma lei que permitirá que todos seus passos na internet sejam registrados”.

“Os nossos representantes na Câmara dos Deputados votarão o projeto de Lei nº 2126/2011 que pretende criar: “registros preventivos de toda movimentação na internet brasileira”. Ou seja, vão rastrear e guardar tudo que você faz na internet, afinal, você pode ser um potencial bandido”, denuncia também o site.

O projeto gerou críticas até de simpatizantes da esquerda como o colunista da Folha de São Paulo Elio Gaspari, quem afirmou em seu artigo do último dia 11 de novembro: "Com mão de gato, puseram pelo menos dois cascalhos no projeto do marco regulatório da internet que permitirão a censura da rede. Coisa de mágicos. Veja-se o parágrafo 3º do artigo 9º: "Na provisão de conexão à internet, onerosa ou gratuita, bem como na transmissão, comutação ou roteamento, é vedado bloquear, monitorar, filtrar, analisar ou fiscalizar o conteúdo dos pacotes de dados, ressalvadas as hipóteses admitidas na legislação".

“É o arcabouço do qual saiu o modelo chinês. A internet é livre, desde que cumpra as normas de serviço, portarias e regulamentos do governo”, afirmou Gaspari.

Blogs, sites e líderes católicos como o sacerdote da diocese de Cuiabá, o Pe. Paulo Ricardo de Azevedo, convidam o povo a reagir contra o projeto pedindo que os cidadãos se manifestem através de cartas ou ligações aos líderes dos partidos pedindo que os representantes da câmara votem contra o Projeto de Lei 2126-2011.

“Se isolado, ele pode parecer inocente (...) mas ele aplaina o caminho para o futuro controle da rede”, alerta o Pe. Paulo Ricardo.

Segue os contatos dos Líderes dos Partidos para ligar e pedir voto contrário ao PL 2126-2011

Deputado HENRIQUE EDUARDO ALVES
==================================================
Partido/UF: PMDB / RN / Titular
email: dep.henriqueeduardoalves@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5539 – Fax: 3215-2539

Deputado BRUNO ARAÚJO
==================================================
Partido/UF: PSDB / PE / Titular
email: dep.brunoaraujo@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5718 – Fax: 3215-2718

Deputado GUILHERME CAMPOS
==================================================
Partido/UF: PSD / SP / Titular
email: dep.guilhermecampos@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5283 – Fax: 3215-2283

Deputado LINCOLN PORTELA
==================================================
Partido/UF: PR / MG / Titular
email: dep.lincolnportela@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5615 – Fax: 3215-2615

Deputado ARTHUR LIRA
==================================================
Partido/UF: PP / AL / Titular
email: dep.arthurlira@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5942 – Fax: 3215-2942

Deputado RIBAMAR ALVES
==================================================
Partido/UF: PSB / MA / Titular
email: dep.ribamaralves@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5729 – Fax: 3215-2729

Deputado ANTONIO CARLOS MAGALHÃES NETO
==================================================
Partido/UF: DEM / BA / Titular
email: dep.antoniocarlosmagalhaesneto@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5939 – Fax: 3215-2939

Deputado ANDRÉ FIGUEIREDO
==================================================
Partido/UF: PDT / CE / Titular
email: dep.andrefigueiredo@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5940 – Fax: 3215-2940

Deputado JOVAIR ARANTES
==================================================
Partido/UF: PTB / GO / Titular
email: dep.jovairarantes@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5504 – Fax: 3215-2504
Deputado RUBENS BUENO
==================================================
Partido/UF: PPS / PR / Titular
email: dep.rubensbueno@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5623 – Fax: 3215-2623

Deputado ANDRE MOURA
==================================================
Partido/UF: PSC / SE / Titular
email: dep.andremoura@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5846 – Fax: 3215-2846

Deputado ANTONIO BULHÕES
==================================================
Partido/UF: PRB / SP / Titular
email: dep.antoniobulhoes@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5327 – Fax: 3215-2327

Deputada JAQUELINE RORIZ
==================================================
Partido/UF: PMN / DF / Titular
email: dep.jaquelineroriz@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5408 – Fax: 3215-2408

Deputado ANTONIO CARLOS MENDES THAME
==================================================
Partido/UF: PSDB / SP / Titular
email: dep.antoniocarlosmendesthame@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5624 – Fax: 3215-2624

Deputado SARNEY FILHO
==================================================
Partido/UF: PV / MA / Titular
email: dep.sarneyfilho@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5202 – Fax: 3215-2202

Deputado JÂNIO NATAL
==================================================
Partido/UF: PRP / BA / Titular
email: dep.janionatal@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5671 – Fax: 3215-2671

Deputado DR. GRILO
==================================================
Partido/UF: PSL / MG / Titular
email: dep.dr.grilo@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5645 – Fax: 3215-2645

Deputado JOSÉ HUMBERTO
==================================================
Partido/UF: PHS / MG / Titular
email: dep.josehumberto@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5267 – Fax: 3215-2267

Deputado AUREO
==================================================
Partido/UF: PRTB / RJ / Titular
email: dep.aureo@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5581 – Fax: 3215-2581

Deputado EDIVALDO HOLANDA JUNIOR
==================================================
Partido/UF: PTC / MA / Titular
email: dep.edivaldoholandajunior@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5484 – Fax: 3215-2484

São Paulo, segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Promovendo a mensagem de Fátima nas ilhas do Pacífico!

Autor: Rodrigo Amorim   |   20:05   Seja o primeiro a comentar

Em cada vilarejo que Virgem passava, era recebida com muita alegria. Na foto, uma das tantas procissões em honra de Maria Santíssima.
A Sociedade Australiana em Defesa da Tradição, Família e Propriedade (Australian TFP Bureau Inc.) durante os últimos anos vem promovendo a devoção a Nossa Senhora de Fátima nas ilhas do Pacífico, através campanha Austrália Precisa de Fátima (Australia Needs Fatima), atendendo assim, a vontade de Deus Filho que quer estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria.

Certamente a melhor peregrinação de Fátima feita pela TFP australiana foi em 2010, quando nós fomos convidados pela MIFFA, Apostolado Familiar de Fátima nas Ilhas de Manus (sigla do ingês para Manus Island Fatima Family Apostolate), para levar nossa Imagem Peregrina de Fátima até Papua Nova Guiné.

A recepção da Virgem Santíssima foi espetacular, com dezenas de paróquias vizitadas, assim como escolas e uma prisão.

Chefes locais e anciãos honram Nossa Senhora.
Como Papua Nova Guine surge no horizonte rumo ao mundo “moderno”, é lamentável que isto seja com os típicos problemas das sociedades industrializadas. A urbanização, por exemplo, está quebrando antigas comunidades, destruindo tradições, e encorajando revolta e imoralidade. No entanto, a sociedade tradicional ainda se mantém forte no interior, onde as leis locais e antigos costumes dão à população um forte senso de identidade, especialmente com devoções católicas.

A senhora Nora Nelson, membro da Legião de Maria, se aproximou da TFP australiana para nos pedir para levarmos a nossa Imagem Peregrina de Fátima até Porto Moresby, capital do país. Eles organizaram um excelente programa e Nossa Senhora visitou muitas paróquias, escolas, seminários, quartéis militares e uma prisão, permitindo a milhares de almas rezarem diante a imagem.

Trabalhando com Nora, esta Gerry Tokilivila. Nativo das Ilhas Trobriand, Gerry é o líder da anual Cruzada do Rosário Parlamentar. Isto é, líder da oração pública promovida em frente ao Parlamento Nacional de Porto Moresby. Para ele, “a ideia é simples, Papua Nova Guiné esta sob grande pressão para liberar estas leis sobre aborto, pornografia e casamento homossexual. Estas coisas são ainda ilegais no país e são abominadas pela vasta maioria do povo. Mas, a menos que façamos algo rápido, nós vamos perder a batalha.” (1)

Nossa Senhora de Fátima
com as condecorações locais
Gerry e seus amigos, com todo o apoio da Arquidiocese de Porto Moresby, estão liderando a Cruzada de Oração para prevenir tais males de entrar em PNG. A Cruzada é feita anualmente e foi uma honra para a Australia Needs Fatima, emprestar nossa imagem de Fátima para conduzir o rosário e a procissão.

Outra peregrinação ocorreu. Desta vez nas Ilhas Fiji onde Vossa Excelência Reverendíssima, o arcebispo de Fiji, Petero Mataca, recebeu nossa delegação que ficou por lá durante quatro semanas, promovendo a mensagem de Nossa Senhora de Fátima.

Conversões eram comuns na presença da Imagem Peregrina e não foram apenas católicos que a honraram; inteiras comunidades de protestantes fizeram isto também.

Diante da decadência moral da modernidade, a TFP Australiana, procura por todo lugar, pessoas que queiram restaurar a ordem Católica no mundo, uma vez que para nós, é preciso “reunir sob a chefia de Jesus Cristo todas as coisas que há no céu e na Terra” (Ef 1,10).”

___________

Referências:
(1)  Revista Quest, Junho de 2012, pg 4.

Caso o leitor queira ver mais fotos, é possível encontrá-las aqui: http://www.fatima.org.au/c7-pic.php

Ou, na edição eletrônica da revista “Polonia Christiana” (página 59 a 63) em:  http://www.epch.poloniachristiana.pl/czytaj,20


São Paulo, quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Se for pelo petróleo, o Apocalipse ainda demora séculos

Autor: Luis Dufaur   |   21:02   Seja o primeiro a comentar


Exploração na jazida da Marcellus Formation, Pennsylvania
 Por volta de 2017, os Estados Unidos tornar-se-ão o primeiro produtor mundial de petróleo, superando a Arábia Saudita e a Rússia.

A informação está contida no relatório anual da Agencia Internacional de Energia – AIE, a maior autoridade mundial na matéria.

Habitualmente, estas mudanças demoram mais tempo – explicou a AIE.

Mas a extraordinária expansão da exploração do gás e do petróleo de xisto nos EUA, somada ao susto provocado pela velha central nuclear japonesa de Fukushima, aceleraram os trabalhos.

Fatih Birol, economista chefe da AIE, explicou que os EUA são hoje os maiores importadores de petróleo do Meio-Oriente.

Porém, “daqui a dez anos essas importações ficarão reduzidas a praticamente zero!”.


Exploração nos EUA
 “As consequências se farão sentir na política exterior americana e nas relações internacionais”, disse Birol ao “Le Figaro” de Paris.

Já em 2025, as importações petrolíferas dos EUA se reduzirão a perto de 4 milhões de barris por dia, em lugar dos 10 milhões diários de hoje.




Segundo Fatih Birol, 55% dessa queda serão devidos à extração de combustíveis fósseis pela técnica da fragmentação hidráulica.


Método de fragmentação hidráulica
 Esta técnica, que torna aproveitáveis as jazidas, deixa histéricos os radicais do ambientalismo.

A restante redução de 45% no consumo de combustíveis obedecerá às melhorias e à economia que estão sendo introduzidas nos motores, outro fator que os pregadores do apocalipse energético parecem não ter tomado conhecimento.

No mercado do gás, os EUA serão os maiores exportadores por volta de 2020.

O gás de xisto representará a metade do crescimento da produção de gás mundial.

Outra consequência será que nos EUA o preço da eletricidade ficará competitivo dentro de dez anos.

Segundo a AIE, o preço do quilowatt/hora na Europa será 50% mais caro que nos EUA, “sobretudo por causa das despesas europeias com subsídios às energias renováveis”.

Os preços da energia na Europa ficarão 300% mais caros do que na China.

Enquanto não houver progressos substanciais, as opções de energia eólica e solar não estão demonstrando ser a panaceia anunciada.

Elas, de momento, são excessivamente caras e de uma capacidade inflacionada pela utopia “verde”.


Jazidas de gás e petróleo de xisto no mundo.
Fonte EIA
 “Isso terá efeitos na competitividade das indústrias e no poder de compra dos lares”, acrescentou Birol.

É claro que os militantes verdes tentarão todo o possível para sabotar a exploração do gás e do petróleo de xisto que aparecem como salvação, dando novo impulso ao progresso da civilização ocidental.

São Paulo, segunda-feira, 26 de novembro de 2012

EUROPA: A crise é de ordem espiritual. E no Brasil?

Autor: Paulo Roberto Campos   |   00:31   1 comentário



Nesta Babel de notícias que revelam a existência de um plano internacional para se acelerar a destruição da instituição da família (com a aberrante promoção do homossexualismo, do controle de natalidade, do aborto, da eutanásia, do divórcio etc.), deparei-me hoje com uma reportagem auspiciosa para as famílias. Tal notícia encontra-se no site http://infocatolica.com (18-11-12).

Por ocasião do XIV Congresso de Católicos e Vida Pública (foto acima), realizado nos dias 16, 17 e 18 de novembro na Universidade San Pablo-CEU, de Madrid, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, discorreu sobre o tema “Esperança e resposta cristã à crise”, tendo sido calorosamente aplaudido.

Entre outras coisas, ele afirmou que a crise econômica europeia se deve principalmente a uma crise de ordem espiritual, e que somente por meio da restauração dos valores cristãos é que a Europa poderá ser regenerada.

A seguir, um resumo da conferência de Orban que preparei para os nossos leitores, pois sua tese vale para Brasil — tanto quanto à solução apresentada para a crise, quanto ao que ele fala de políticos europeus, que se pode aplicar aos quadrilheiros que operam (assaltam) neste Pindorama.


A CRISE ECONÔMICA NÃO VEIO POR ACASO 

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban (foto ao lado) respondeu à pergunta de como foi possível o desmoronamento do sonho de união europeia. Segundo ele, a crise europeia não veio por acaso, mas pela falta de responsabilidade de seus líderes políticos, quando questionaram as raízes cristãs da Europa, que são a força motriz do Velho Continente.

Como exemplo do atual colapso econômico europeu, citou a questão do crédito, que antes era concedido a pessoas responsáveis, mas que depois passou a ser concedido a representantes de países não comprometidos com o cristianismo. O que levou nações inteiras a se escravizarem ao crédito — o que não teria acontecido numa Europa verdadeiramente cristã.

Ele lembrou que no Antigo Testamento a usura era proibida, e que a Igreja sempre rejeitou cobrança de juros abusivos, mas que atualmente os créditos foram desvinculados de responsabilidades morais. O que aprofundou a crise.

Segundo Orban os líderes europeus fizeram carreira, ganharam muito dinheiro e desprezaram os valores cristãos, especialmente a defesa da família e da vida.

O primeiro-ministro húngaro declarou sua crença de que por trás de uma economia bem-sucedida há "algum tipo de força motriz espiritual" e que "a Europa governada de acordo com os valores cristãos se regeneraria".


Deu o exemplo do seu país, explicando que a Hungria — uma nação pobre devido ao legado do regime comunista, que a subjugou por décadas e na qual a pensão média era de apenas 250 euros — teve início uma reconstrução moral. Ele lembrou que seu primeiro rei, Santo Estêvão (quadro ao lado) , ofereceu suas armas e o reino à Virgem Maria. Assim, a nova Constituição húngara é baseada na dignidade, na liberdade, na família, na fidelidade, com obrigação expressa de ajudar os pobres. Ou seja, ela é baseada nos valores cristãos. O que irritou profundamente a esquerda europeia, que chegou a condenar a Hungria no Parlamento de Estrasburgo. Este deseja converter a Europa num continente ateu, no qual o conceito de família seja substituído pelo individualismo.

Armas da Hungria: a coroa de Sto. Estevão, o cetro, a espada e o globo


Com base em sua própria experiência, Viktor Orban propôs uma renovação da cultura e da política baseada nos valores cristãos. Para ele, não há outro caminho. Ao afirmar isso, o primeiro ministro foi entusiasticamente aclamado pelo público com aplausos que duraram alguns longos minutos.

___

Com essas excelentes ideias, o valoroso primeiro-ministro húngaro será convidado pelo nosso Congresso para falar em Brasília?...
Parlamento Húngaro, em Budapeste (Capital)


São Paulo, domingo, 25 de novembro de 2012

Soberania Necessária - Um ótimo livro sobre Ciência Política

Autor: Edson   |   03:42   1 comentário

Com a atual degradação da sociedade e com a eliminação dos valores da nossa Civilização, pode se dizer que estamos num processo que poderá culminar com a desaparição dos Estados nacionais e do princípio de soberania que constitui o seu fundamento.

O autor desta obra, profundo conhecedor do pensamento clássico e da bibliografia contemporânea sobre o tema, demonstra que o Estado e a soberania não são ideias efémeras e convencionais destinadas a serem superadas no decurso da História, mas, pelo contrário, são uma característica natural e necessária da sociedade humana.

A abolição da soberania implica a morte e a decomposição da sociedade, a qual, privada do seu princípio vital e do seu centro unificador, acabará por cair na desordem e na anarquia. A reconquista conceptual da ideia do Estado e do princípio de soberania é, portanto, uma condição indispensável para fazer frente ao caos que ameaça a humanidade na era da globalização.


Autor: Roberto de Mattei
Título: A soberania necessária - Reflexões sobre a crise do Estado moderno
Editora: Civilização Editora, Porto, 2002, 188 págs.
ISBN: 972-26-2077-0

São Paulo, sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Verdade: a autêntica vítima

Autor: Edson   |   23:02   2 comentários


José Sepúlveda (*)

Seis homens palestinos, suspeitos de colaborar com Israel, foram sumariamente executados em público, no centro da cidade de Gaza. A turba festejou pelas ruas o ato de barbárie e alguns militantes arrastaram o cadáver de uma das vítimas, como se vê nesta fotografia (acima) da AFP, estampada em grandes jornais pelo mundo no dia de hoje (21.Nov.2012).

Após dois tiros, uma das vítimas ainda se mexia e acabou sendo morta a socos e pontapés. Muitos filmavam a cena com celulares, enquanto crianças se aproximavam para ver os cadáveres mutilados, informa o enviado da Folha de S. Paulo a Gaza, testemunha ocular do ocorrido.

Vítimas civis

Aguardemos as reações. Será que os grandes defensores do “humanitarismo” serão imparciais e condenarão esse ato tão vil? Eles estão sempre de prontidão, quando Israel se defende de ataques a seu território ou quando responde a atentados terroristas, para falar e apresentar ao mundo as vítimas civis inocentes.

Por que só civis e crianças palestinas são dignas de piedade? Será que os alvos civis israelenses do terrorismo islâmico palestino (sejam eles adultos ou crianças) são alvos legítimos e não merecem os sentimentos “humanitários”?

Inocentes úteis

Lamento constatar que muitos ingênuos (pessoas de boa vontade) se deixam envolver por uma propaganda insidiosa, que tenta justificar o terrorismo de fundo islâmico como uma causa nobre de “oprimidos”. Quem pode confundir os militantes da causa palestina (muitas vezes um eufemismo para terroristas) com o povo palestino? Afinal esta foto é bem reveladora do modo como essa gente trata seu próprio povo.

Por que não se diz que o Hamas tem por costume – covarde – instalar seus postos de comando militar em meio a instalações civis, para que, necessariamente, qualquer ataque contra tais postos gere baixas civis, que alimentem a propaganda “anti-imperialista”? Será que a “justiça popular”, cruel e arbitrária, exercida contra irmãos palestinos é o ideal de civilização e de humanitarismo do Hamas e de seus apoiantes?

Não se enganem, é para este tipo de barbárie político-institucional – estampada na fotografia – de Estados sem-lei, ou sujeitos às arbitrariedades da sharia, que nos pretendem encaminhar as minorias islâmicas radicais que tentam controlar o Oriente Médio, inclusive a Palestina.

Afinal, que motivo leva militantes de esquerda pelo mundo afora – adeptos de regimes comunistas que executaram milhões de seus próprios compatriotas – a serem os grandes propagandistas e defensores destas minorias radicais que procuram confundir-se com o povo palestino?

Espero em breve escrever um artigo sobre este assunto e tenho a certeza de que muitos ingênuos e inocentes úteis, que fazem coro à chamada “causa palestina”, serão surpreendidos pela inspiração religiosa e ideológica, pela prática política e pelos métodos de grupos como o Hamas ou a Al-Fatah. As minhas fontes não serão israelenses, mas fontes insuspeitas dos próprios grupos em questão.

A primeira vítima desta gente é o próprio povo palestino. A segunda, a verdade!

__________
(*) Blog Radar da Mídia

São Paulo, quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Filmes revelam horrores de genocídios chineses

Autor: Edson   |   12:05   Seja o primeiro a comentar

Wang Bingo
O cineasta Wang Bing [foto] produziu dois filmes sobre os capítulos mais sinistros da revolução socialista chinesa:

a) a campanha de 1957 contra os “direitistas”, que deportou centenas de milhares de chineses para campos de concentração onde os prisioneiros morriam como moscas, de frio, esgotamento e maus tratos;

b) o chamado “Grande Salto Adiante”, em que a fome matou entre 20 e 30 milhões de pessoas. Até hoje está proibido na China falar desses massacres, descritos em termos idílicos pelas esquerdas do Ocidente. Os filmes de Wang Bing rompem esse sigilo criminoso.

O extermínio de pessoas, onipresente na China, exige um meticuloso julgamento internacional.
___________
Agência Boa Imprensa (ABIM)

São Paulo, segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O refluxo da grosseria e o retorno da polidez

Autor: Paulo Roberto Campos   |   21:36   Seja o primeiro a comentar



Voltando aos nossos assuntos concernentes à cortesia, recordo-lhes que no post do dia 9 p.p. (Revolução Francesa e a supressão do ornato nos trajes) foi destacado a influência dos trajes na Revolução de 1789 e como esta odiava o ornato, pois isso favorecia a desigualdade natural desejada por Deus.

Para hoje seguem novos trechos do livro “A HISTÓRIA DA POLIDEZ — de 1789 aos nossos dias”, nos quais o autor, o Prof. Frédéric Rouvillois. Depois de tratar de uma como que agonia da polidez (no período da Revolução Francesa), mostra que em seguida ocorreu entre os franceses uma enorme apetência pelo retorno das boas maneiras, um horror pela impolidez grosseira imposta pelos revolucionários em nome do mito igualitário.

“O ataque contra a polidez tem início no momento em que a Revolução Francesa se radicaliza, no fim de 1790, se acentua no verão de 1792, quando os sans-culottesingressam na cena política, e culmina sem dúvida no começo do ano II, nos meses seguintes à queda dos girondinos. É então que são feitas as proposições mais audaciosas, que se generaliza o tratamento por tu e que se trata de punir aqueles que, não respeitando o novo ‘decoro’ democrático, se mostram, ainda, homens do passado, amigos do Antigo Regime. A escalada de poder de antipolidez revolucionária acompanha, portanto, o processo de radicalização.

No entanto, o movimento se esgota rapidamente. Sofre, como uma chicotada, a queda dos hebertistas e da extrema-esquerda da Revolução, eliminados pelo comitê de saúde pública no fim de março de 1794, e o subsequente refluxo do partido dos sans-culottes.

É nesse momento que um certo Bouin, num libelo intitulado Reflexões sobre os abusos de autoridade cometidos pelo comitê revolucionário da seção do templo, denuncia como perigosa para a Revolução aqueles que a ‘encaram como algo que nos leva a um estado de grosseira e rusticidade’, notadamente ao tratar com rudeza e por tu as mulheres, ‘em relação às quais o tratamento tu é inconveniente em todos os sentidos, pouco generoso e pouco moral’.

Ocorre então a estocada de Parthe: ‘Sem dúvida, esse tratamento é a linguagem da igualdade, mas por que empregá-lo em relação às mulheres, que, em todos os outros níveis, nós nos recusamos a encarar como nossas iguais, já que não lhes concedemos os mesmos direitos?’. [...]

Esse refluxo da antipolidez se acelera após o termidor e a queda de Robespierre — tornando-se então o fato de zombar da ‘civilidade’ jacobina uma forma de tomar partido, e um meio também de exorcizar a malfadada lembrança do Terror. [...]

Retorno do tratamento proibido durante a Revolução Francesa 

Muito cedo, os antigos usos recuperarão seu direito de cidadania... Predição rapidamente confirmada, sobretudo no nível da linguagem, com o retorno dos termos interditos senhor ou senhora...

Pouco a pouco a palavra cidadão tende a parecer irrisória e ridícula, e muitos não a empregam senão para os subalternos, como para lhes acentuar a inferioridade, o que tem por efeito exasperar os ‘patriotas’.(1) Antes sacralizado, o título se torna risível.

Em fevereiro de 1798, o deputado bretão Jean-René Gomaire propõe adotar uma lei visando abolir o uso das palavras seu e senhor nas letras de câmbio, onde elas tendem a reaparecer cada mais com mais frequências; no dia 16 de abril, uma comissão especial produz um primeiro relatório que renova, com todas as firulas, a antipolidez jacobina:‘Certamente’, concede o relator, Gerla, ‘eu não pretendo banir a polidez do comércio da sociedade, mas a urbanidade republicana não tolera as fórmulas de um regime escravo’,como senhor, que significa padrão, e, portanto implica ideias ‘incompatíveis com nosso pacto social’. Daí a necessidade de ir ainda mais longe, estendendo a proibição a ‘toda sorte de relações sociais’.(2) A proposta será adotada por unanimidade pelo conselho. Mas as coisas não param por aí.

Num segundo relatório, datado de 22 de julho do mesmo ano, Gerla declara com ênfase que é preciso cogitar sanções; e, a esse propósito, desenvolve o lado desesperado de seu intento. É preciso, escreve ele, agir com severidade, principalmente contra o uso verbal, o uso cotidiano desses termos. Isso é preciso ao mesmo tempo porque a maioria republicana ‘aguarda medidas penais com impaciência’, a fim de que o mal não prospere, e para ‘propagar’ o uso do título cidadão entre todos aqueles que ‘hoje o desdenham’.(3)

À falta de uma lei que não será adotada, o governo republicano, apegado a seus símbolos, exige ainda, em 1799, que as camareiras dos teatros parisienses digam cidadão aos espectadores, em vez de senhor.(4)

Nesse época, um comissário de administração ou um agente público que empregue esse termo suspeito (senhor ou senhora) é passível de perseguições. Mas nada disso acontece: o uso antigo retorna numa irresistível restauração que de resto suscita inúmeros incidentes, como em 1795, quando um jovem vendedor de refrescos é chamado às falas por um padeiro que ele havia chamado de cidadão.

Apesar das ordens, ninguém mais se incomoda, mesmo em público, ao empregar as palavras interditas ou ao conspurcar os títulos obrigatórios: apenas um ano após a queda de Robespierre, o autor de um panfleto antijacobino não hesita em introduzir seu libelo com o uso desta frase, que soa como uma afronta ao igualitarismo: ‘Recebi, senhor, a carta infinitamente polida que vós me fizestes a honra de endereçar...’.(5)

A velha e aristocrática polidez francesa 

Assim como a palavra cidadão, e pelas mesmas razões, o tratamento tu não sobreviverá por muito tempo ao termidor. No dia 13 de março de 1795 (23 do ventoso do ano II), no Café de Foy, eclode um pequeno tumulto porque alguém ousou tratar por tu a um general.(6) [...]

A antipolidez igualitária e democrática parece ter desaparecido na prática — mesmo entre os republicanos militantes e na classe operária, e só as individualidades excepcionais, os ‘desbocados das fábricas’, continuam a afetar uma grosseria de princípio, diluviana e contestatária. Em 1869, Ernest Renan, revertendo a perspectiva, vê exatamente aí a garantia de que esse país [França] jamais se tornará (verdadeiramente) republicano: ‘A monarquia’, escreve ele, ‘responde às necessidades profundas da França. Nossa amabilidade só é suficiente para fazer de nós maus republicanos. Os charmosos exageros da velha polidez francesa, a cortesia que nos põe aos pés daqueles com quem nos relacionamos é o contrário dessa secura, que dá ao democrata o sentimento perpétuo dos seus direitos. A França não se sobressai senão no raro, não ama senão o distinto, não sabe realizar senão o aristocrático’.(7)

Se a antipolidez persiste é, portanto, de modo marginal, no interior de grupos mais radicais, ou em certos momentos de crise.

Tentativas de retorno da trilogia revolucionária 

A revolução de 1848, notadamente nos primeiros dias, parece, porém, estar a ponto de reatar com a antipolidez dos sans-culottes. É o que se ressente Balzac, ao escrever à madame Hanska, que estava na Polônia, em carta de 26 de fevereiro de 1848: ‘Paris está em poder da canalha mais vil. Penso em preparar minha partida, pois as medidas mais revolucionárias se sucedem com rapidez. Qualquer cidadão é guarda nacional. Enfim, já foi pronunciada a trindade fatal: LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE. Toda gente se trata por tu’.(8)

Em Paris, no clima de insurreição que sucede à queda da Monarquia de Julho, aqueles que a si próprios se qualificam de ‘montanheses’, a exemplo de seus modelos de 1793, não usam o termo senhor senão como forma de insulto, para se dirigir aos suspeitos de serem reacionários, inimigos da república. É o que relata certo Chenu, ex-capitão da guarda do chefe da polícia montanhesa, Caussidière. Interpelado por um subordinado, que o trata por ‘senhor chefe’, ele imediatamente o corrige: ‘Diga cidadão’. Um pouco depois ameaçado de ser substituído, o cidadão chefe se exalta: ‘O primeiro que vier tomar o meu lugar, eu acabo com ele na porta. Pois eu quero que esses senhores’ — e ele sublinha a palavra — ‘fiquem sabendo que ninguém substitui Caussidière [...] Tu, capitão, tu vais me organizar militarmente um exército revolucionário’.(9) O fortalecimento do partido da ordem e a repressão a esses partidos extremistas, após as jornadas de junho, porão um termo a isso”.

________________
Notas:
(1) Cf. F. Brunot, Histoire de la langue française, t. IX, 2ª parte, p. 686.
(2) Gerla, Rapport sur proposition d´abolir l´usage des mots sieur et monsieur dans les lettres de change, De l´Imprimerie nationale, germinal do ano VI, pp. 3, 5.
(3) Second rapport sur les anciennes qualifications, De l´Imprimerie nationale, termidor do ano VI, pp. 5, 8-9.
(4) Cf. F. Brunot, Histoire de la langue française, t. IX, 2ª parte, p. 687.
(5) Tous les parties dévoilés, C.F.Patris, 27 do fruidor do ano III, p. 1.
(6) A. Soboul, Les Sans-Culottes parisiens en l´na II, p. 657.
(7) Domestic Manners of the Americans, New York, Knopf, 1949, p. 186; ed francesa: Baudry, 1832. (8) H. de Balzac, Lettres à Mme Hanska, Les bibliophiles de l´original, 1971, t. IV, p. 212.
(9) A. Chenu, Les Conspirateurs, Garnier Frères, 9ª ed., 1850, pp. 87, 92.


São Paulo, quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Christian Bale, ator do Batman, assume postura contra abortos forçados

Autor: Edson   |   12:59   Seja o primeiro a comentar



O ator Christian Bale (foto acima, no centro), que fez o papel de Batman nos filmes Dark Knight, está assumindo uma posição forte nesta semana contra o “horror” das políticas de abortos forçados na China.

Bale também elogiou o ativista chinês Chen Guangcheng por suas atividades contra a política do governo da China de um filho só.

“Ele [Chen] havia desmascarado um programa de aborto e esterilização forçados em Shandong”, Bale disse aos participantes de um evento chamado “Direitos Humanos em Primeiro Lugar”. Um programa de aborto forçado significa que mulheres estão sendo arrastadas de seus lares contra sua vontade. Elas estão sendo forçadas a ter abortos, às vezes no nono mês de gravidez — imaginem isso — com mulheres que acabam morrendo com isso”.

“Esses casos são um verdadeiro horror”, acrescentou ele. “E, neste mundo insano, este homem, Chen, que estava ajudando essas mulheres — que estava vivendo de acordo com alguns dos valores mais simples, corajosos e universalmente admirados — valores que ensinamos aos nossos filhos diariamente, e ajudando seu próximo — por tal bondade, este homem foi preso e surrado durante mais de quatro anos”.

Em dezembro de 2011, quando Chen estava na China sob prisão domiciliar, Bale tentou visitá-lo, mas foi atacado por brutamontes, que o impediram de fazer a visita.

“O que eu realmente queria fazer era dar um cumprimento de aperto de mão e dizer ‘obrigado’, e dizer-lhe a inspiração que ele é”, Bale disse na época.

Bale fez o papel de Batman nos últimos três filmes do Batman, inclusive Batman Begins, The Dark Knight (O Cavaleiro das Trevas) e The Dark Knight Rises (O Retorno do Cavaleiro das Trevas). Ele ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por sua representação de Dicky Eklund em The Fighter (O Lutador).

“O que Christian e Chen estão fazendo é verdadeiramente heroico”, diz Ted Baehr, editor e fundador de Movieguide: O Guia da Família para Filmes e Entretenimento. “Nós os aplaudimos nos termos mais fortes”.

“Christian Bale se tornou um campeão dos direitos humanos em seu próprio mérito”, diz Reggie Littlejohn, presidente da entidade Direitos das Mulheres Sem Fronteiras. “Ele arriscou sua segurança para visitar Chen em dezembro do ano passado. O fato de que ele foi atacado por brutamontes chineses trouxe visibilidade para o caso de Chen. Essa visibilidade muito ajudou a campanha internacional para libertar Chen. E Bale é corajoso de condenar a prática de aborto forçado na China”.

Clique aqui para ler o texto original em inglês em Movieguide.org.

Traduzido por Julio Severo do artigo de Charisma: Batman Actor Christian Bale Takes a Stand Against Forced Abortions